A Provedoria de Justiça entende que o MEC errou na contabilização do tempo de serviço efectivo dos professores
nos concursos de colocação de docentes que estão a decorrer. Desse entendimento
foi dado conhecimento, não vinculativo ao MEC recomendando a possibilidade de correcção.
O Ministério da Educação e
Ciência afirma desconhecer o parecer que a Provedoria garante ter enviado e
defende que agiu correctamente. Para tal torce a interpretação das suas
próprias leis até que elas justifiquem a sua (in)competência.
O povo português tem um
enunciado, "cada cavadela, cada minhoca". De facto, quando se espera
que, finalmente, as escolas possam ter os professores colocados o passo
seguinte cria novos problemas, novos inconseguimentos ou, dirá o Ministro,
"conjecturáveis ambiguidades".
Prudentemente, vêm aí eleições, o
MEC até tinha atrasado o início do lectivo para garantir a “normalidade” e lá
vem um problema.
O Ministro Nuno Crato e aquela
figurinha curiosa, Casanova de Almeida, virão falar de "procedimentos
concursais", "normalidade", "resolução de casos
pontuais", "normalidade" e estamos numa situação absolutamente
insustentável.
Na verdade, como já tenho dito,
só mesmo um despudor e uma arrogância sem limites e a irresponsabilidade de
gente sem princípios permitem a manutenção em funções de um Ministro que de há
muito negou a imagem que lhe colaram mas que nunca me pareceu justificada,
competência e rigor.
Bateu no fundo.
Na verdade, esta forma de
trabalhar numa equipa que sempre papagueou uma retórica com referências
constantes ao rigor, à qualidade, à exigência seria uma anedota se não
representasse um patamar de incompetência e desrespeito pelos professores e
pelo seu trabalho que não conhece limites. Também pode explicar-se através de
uma relação pouco saudável, por assim dizer, com a realidade.
No entanto, começo a pensar que
Nuno Crato terá mesmo razão e muitos de nós estaremos enganados, a
incompetência, o desrespeito, a demagogia passaram a ser a normalidade,
portanto, está tudo bem.
Sem retorno.
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