Na lista do PS para as
legislativas em lugar elegível pelo círculo de Lisboa está incluída Ana Sofia
Antunes.
Este enunciado mereceria o mesmo
relevo que qualquer outro nome menos conhecido das lides partidárias. No
entanto, tem vindo a ser destacada esta candidatura. Ana Sofia Antunes é a
presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo).
Na verdade, o que deveria ser
algo de “normal”, é uma questão de cidadania, torna-se notícia porque Ana Sofia
Antunes é cega e será, muito provavelmente, deputada.
Ao Expresso afirma o que pode considerar-se
uma síntese do seu programa embora a liberdade individual dos deputados face aos
partidos pelos quais são eleitos seja de geometria variável, por assim dizer.
Entende Ana Sofia Antunes que os
direitos das pessoas com deficiência serão a sua bandeira, “Obviamente
será essa a minha causa. Serei uma voz de alerta para chamar a atenção para
coisas muito simples que podem facilitar enormemente a vida das pessoas com
deficiência, de que muitas vezes as outras pessoas nem sequer se lembram”.
De facto, como muitas vezes
refiro, a voz das minorias é sempre muito baixa, ouve-se mal, existem
variadíssimas áreas de dificuldades colocadas às pessoas com deficiência,
designadamente educação, saúde, apoio social, qualificação profissional e
emprego, em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são enormes.
Importa também sublinhar que os
direitos fundamentais não são variáveis em função de contextos ou hipotecados
às oscilações de conjuntura.
Muito já se conseguiu, muito já
se mudou.
Está ainda quase tudo para fazer.
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