sábado, 8 de agosto de 2015

INSUCESSO E ABANDONO ESCOLAR, A PRIMEIRA ETAPA DA EXCLUSÃO SOCIAL

Estes dados não surpreendem e apesar dos progressos continuam excessivamente altos e aqui não são considerados os alunos do ensino profissional. Como muitas vezes afirmo, o insucesso e abandono escolar será, quase sempre, a primeira etapa da exclusão social. Nesta perspectiva, o combate ao abandono e a promoção do sucesso educativo deve, tem de, ser um eixo central na política educativa.
Também por estas razões, alguns dos aspectos da PEC - Política Educativa em Curso, são verdadeiramente preocupantes, cortes nos recursos docentes inibindo apoios oportunos e adequados que contrariem trajectórias de insucesso e abandono, número de alunos por turma sobretudo em territórios educativos mais problematizados, falta de técnicos, psicólogos, por exemplo, organização e conteúdos curriculares, etc.
A eficácia na tentativa de baixar os níveis de abandono passa necessariamente pela disponibilização de apoios oportunos e adequados logo que se evidenciam as primeiras dificuldades e pela diversificação dos percursos de educação e formação, o que habitualmente se designa por oferta educativa.
Deve sublinhar-se que têm sido realizados progressos bastante significativos na diversificação desta oferta embora, muitas vezes, as alternativas disponibilizadas sejam percebidas pelos alunos e pelas famílias como “formação de segunda” além de desajustada e insuficiente. A política do MEC nesta matéria alimenta esta percepção ao promover um ensino vocacional ou profissional para o qual são verdadeiramente empurrados os alunos que experimentam dificuldades.
Algumas escolas têm práticas que alimentam também esta percepção, na medida em que canalizam preferencialmente os “maus alunos” para formação “alternativa”.
Este movimento acaba por desencadear atitudes negativas e reactivas favoráveis ao abandono e insucesso.
Na verdade o que é absolutamente central é que os jovens ao sair do sistema se encontrem equipados com qualificação profissional, quer ao nível do ensino secundário, quer ao nível do ensino superior que com o trabalho no âmbito do ensino politécnico tem condições para processos de qualificação mais curtos e mais diversificados.

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