Retomando os dados
disponibilizados no portal Infoescolas, mais de um em cada cinco alunos, cerca de 22%, inscritos nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário chumba ou desiste ao longo do seu percurso.
Estes dados não surpreendem e
apesar dos progressos continuam excessivamente altos e aqui não são
considerados os alunos do ensino profissional. Como muitas vezes afirmo, o insucesso e abandono escolar será, quase sempre, a primeira etapa da exclusão social. Nesta
perspectiva, o combate ao abandono e a promoção do sucesso educativo deve, tem
de, ser um eixo central na política educativa.
Também por estas razões, alguns
dos aspectos da PEC - Política Educativa em Curso, são verdadeiramente
preocupantes, cortes nos recursos docentes inibindo apoios oportunos e
adequados que contrariem trajectórias de insucesso e abandono, número de alunos
por turma sobretudo em territórios educativos mais problematizados, falta de
técnicos, psicólogos, por exemplo, organização e conteúdos curriculares, etc.
A eficácia na tentativa de baixar
os níveis de abandono passa necessariamente pela disponibilização de apoios
oportunos e adequados logo que se evidenciam as primeiras dificuldades e pela
diversificação dos percursos de educação e formação, o que habitualmente se
designa por oferta educativa.
Deve sublinhar-se que têm sido
realizados progressos bastante significativos na diversificação desta oferta
embora, muitas vezes, as alternativas disponibilizadas sejam percebidas pelos
alunos e pelas famílias como “formação de segunda” além de desajustada e
insuficiente. A política do MEC nesta matéria alimenta esta percepção ao
promover um ensino vocacional ou profissional para o qual são verdadeiramente
empurrados os alunos que experimentam dificuldades.
Algumas escolas têm práticas que
alimentam também esta percepção, na medida em que canalizam preferencialmente
os “maus alunos” para formação “alternativa”.
Este movimento acaba por
desencadear atitudes negativas e reactivas favoráveis ao abandono e insucesso.
Na verdade o que é absolutamente
central é que os jovens ao sair do sistema se encontrem equipados com
qualificação profissional, quer ao nível do ensino secundário, quer ao nível do
ensino superior que com o trabalho no âmbito do ensino politécnico tem
condições para processos de qualificação mais curtos e mais diversificados.
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