sexta-feira, 8 de maio de 2015

OS RESULTADOS DA SINISTRA PROVA

O IAVE divulgou ontem os resultados da componente específica da sinistra Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos para aceder à carreira de professor. Dos resultados obtidos nas diferentes áreas científicas está a merecer destaque  a percentagem de "chumbos" que em Português e Física atingiu mais de metade dos docentes. 
Provavelmente não será a última vez que o farei mas mais umas notas telegráficas.
Em primeiro lugar parece-me absolutamente necessário afirmar que estes resultados não branqueiam nem justificam a existência da sinistra PACC. 
Qualquer pessoa minimimamente conhecedora destas matérias e que não embarque na agenda e demagogia do Ministro Nuno Crato entende que os conhecimentos e as capacidades para se ser professor não são de todo avaliáveis por um dispositivo deste tipo. A única forma séria de avaliar as Capacidades e Conhecimentos para o exercício da função docente é o desempenho em sala de aula. É assim que acontece na generalidade dos países, a existência, aliás, já prevista em Portugal de um período probatório. Ponto.
Crato também sabe disso, evidentemente, mas a manha e a agenda determinam este caminho. Nuno Crato aproveitou a sua existência legal, está prevista desde 2007, para num exercício, mais um de, de desbaste nos professores e candidatos a professores eliminar uns quantos.
Por outro lado e tendo-se realizado, creio que os resultados obtidos, designadamente em Física e em Português deveriam merecer alguma reflexão e uma análise mais fina procurando perceber, por exemplo, se existe alguma relação entre os resultados agora conhecidos e as escolas de formação dos docentes. As próprias instituições, politécnicas e universitárias, teriam interesse nessa análise.
Uma nota final para o discurso do IAVE e certamente do MEC que cavalgam estes resultados construindo um discurso demagógico e manhoso sobre competência, rigor e exigência sobre os professores que é mais um contributo para a degradação da sua imagem. Convido-vos a passar os olhos pelas caixas de comentários da imprensa online sobre esta matéria. Dá para ficar inquieto.
Esta degradação não pode, evidentemente, deixar de se ligar à forma como alunos e pais se rlacionam com os professores e como a sua percepção de autoridade e função ficam fragilizadas. Se alguns dos 
responsáveis do MEC e ou do IAVE fossem mais competentes perceberiam que nos países com melhores sistemas educativos os professores são prestigiados, discriminados positivamente e apoiados pelas estruturas de tutela.
O contrário do que por cá se verifica com resultados preocupantes.

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