quinta-feira, 14 de maio de 2015

O DIA DA ESPIGA

Como dizia Camões o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Hoje passa o Dia da Espiga, como se dizia quando era pequeno para referir a Quinta-feira da Ascensão.
Acho que já muito pouca gente repara no Dia da Espiga, como já nenhuns miúdos aparecem a pedir "Pão por Deus" no 1º de Novembro, o Dia de Todos os Santos. Na verdade, surpreendi-me porque no último ano bateu-me à porta um grupo e não era à conta do Halloween, importação recente que se tornou moda, era mesmo a pedir Pão por Deus. Fiquei contente.
Voltando ao Dia da Espiga e a umas dezenas de anos atrás, na minha casa íamos sempre buscar a sorte prometida no ramo da Espiga. Com o meu pai, pegávamos nas bicicletas, na altura o meio de transporte familiar e íamos à quinta onde vivia a Avó Leonor apanhar o ramo da Espiga, papoilas, flores silvestres, sobretudo malmequeres amarelos e brancos, o que se encontrasse de espigas de cereais e o ramo de oliveira.
Fazia-se o ramo atado com ráfia, arranjávamos sempre mais do que um para oferecer aos vizinhos e colocava-se pendurado lá em casa por cima da mesa do jantar como chamariz da sorte. Saía apenas quando era substituído pelo novo ramo da Espiga. Nunca me lembro de termos conseguido associar a presença do ramo ao que de bom nos ia acontecendo, mas o ramo da Espiga lá estava e a tradição era sempre cumprida.
Nas novas qualidades que o mundo vem tomando, não parece que possam caber minudências como andar no campo, se houver campo, à cata de flores, espigas e um raminho de oliveira. Não sei se é bom, ou se é mau, mas eu gostava de ir à Espiga, mesmo se não confiava muito na sorte.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pedro e Maria estão num vôo para a Austrália para comemorar o seu 40.º aniversário de casamento.
De repente, o comandante anuncia pelos altifalantes:
- Senhoras e senhores, tenho más notícias. Os nossos motores estão a deixar de funcionar e vamos tentar aterrar de emergência.
- Por sorte, vejo uma ilha não catalogada nos mapas logo abaixo de nós, e, por isso, vamos tentar aterrar na praia.
Aterrou com êxito, mas avisou os passageiros:
- Isto aqui é o fim do mundo e é muito provável que nós não sejamos resgatados e tenhamos que viver nessa ilha para o resto das nossas vidas!

Nesse instante, Pedro pergunta à mulher:
- Maria, entregaste o nosso IRS antes de viajarmos?
- Ai, perdoa-me Pedro. Eu esqueci-me completamente!

Pedro, eufórico, agarra a mulher e afinfa-lhe o maior beijão de todos os 40 anos de casamento.
A Maria não entende e pergunta:- Pedro! Porque me beijaste desta maneira?
Responde-lhe o marido: - Os gajos das Finanças vão encontrar-nos!