E pronto, não há volta dar, a
febre da medida está incontrolável e é já, do meu ponto de vista, um problema
de saúde educativa.
Os testes serão construídos com
base na “aplicabilidade na vida real” dos conhecimentos escolares. Desculpem lá
o disparate mas não é esta uma a função dos conhecimentos escolares,
ajudarem-nos a relacionar com a vida real? Talvez seja o reconhecimento,
finalmente, que muito do que professores e alunos são obrigados a cumprir,
incluindo a avaliação, não tem “aplicabilidade na vida real”.
Para estimular a adesão, sem
custos, diz-se, dos alunos as provas decorrem segundo um campeonato nacional
através de patamares sucessivos de excelência.
Dir-se-á que a competição é
sempre estimulante e quanto mais competição melhor. O mundo é dos mais fortes e é
preciso saber quem são, evidentemente.
Sim, eu sei, afirmo-o sempre, que
a avaliação é uma ferramenta imprescindível na promoção e regulação da
qualidade do trabalho de alunos e professores.
No entanto, talvez fosse de
lembrar que existe vida educativa e pedagógica para além da avaliação e,
sobretudo, dos testes ou exames.
Questões como adequação dos
currículos e repensar das metas curriculares, número de alunos por turma,
dispositivos de apoio ao trabalho e dificuldades de alunos e professores,
desburocratização do trabalho dos docentes optimizando o tempo dedicado ao
ensinar e ao trabalho com alunos, etc. são alguns dos aspectos que poderiam
contribuir para a qualidade e sucesso do trabalho de ensino e aprendizagem. E destes
aspectos, quem de direito, diz nada.
No entanto, lá virá o Literacia 3D embrulhado em realidade
virtual que de virtual tem pouco.
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