Prossegue a cruzada fundamentalista de Nuno Crato pela contabilidade em que transformou a política educativa, menos professores, menos turmas é o grande desígnio, custe o que custar, como diz o Chefe. Chegou a vez dos funcionários não docentes.
Admito que na distribuição de pessoal não docente de aprupamentos e escolas, dadas as alterações, muitas delas más, na rede e dimensão dos estabelecimentosse tornasse necessário proceder a alguns ajustamentos. Ordenar aos directores em período de férias que indiquem os eventuais excedentários quando ainda decorre o inqualificável processo de definição do número de turmas num enorme atropelo à autonomia da escolas é, no mínimo, um comportamento manhoso que, aliás, Nuno Crato depressa aprendeu desde que chegou à 5 de Outubro. No entanto, para quem como opinador se revelava um defensor do rigor e da qualidade, a mudança é substantiva.
No que repeita ao insustentável processo de definição do número de turmas, sempre no sentido da sua redução com aumento no limite do número de alunos, ao que se conhece de algumas escolas e agrupamentos, as turmas com alunos com NEE que, de acordo com o quadro legal deveriam menores não estão a ser autorizadas, exigindo o MEC que tenham o número "normal" de alunos, por assim dizer. Mais um criminoso atropelo da qualidade e da autonomia das escolas para além do respeito pelos direitos dos miúdos, das famílias e dos professores, aspectos certamente irrelevantes para Nuno Crato, são menos turmas e menos professores, esse é o princípio estruturante da política educativa em modo Crato.
Em muitas escolas o número de alunos determinado pelo Ministério não cabe pura e simplesmente nas salas após a requalificação realizada pela Parque Escolar. Não importa, apertem-se, é apenas um ano, logo que comecem a chumbar passam para o ensino vocacional e para a fábrica.
Antecipa-se um ano escolar que, adivinho, o MEC considerará que vai arrancar com toda a normalidade.
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