"A
comunicação social falava hoje do encerramento de mais umas dezenas de
salas comerciais de cinema por todo o país. A lei inexorável dos mercados,
sempre os mercados, vai levando a que cidades, distritos, Castelo
Branco, ou mesmo regiões, como os Açores, fiquem sem salas comerciais de
cinema e dependentes de iniciativas, autárquicas por exemplo, ou ciclos cuja
organização também vai sofrendo e muito com a austeridade. Filmes, tal
como música, livros, teatro, visitas a museus ou outros produtos
desta natureza são bens supérfluos que sofrem as consequências das condições de
vida que criámos e nos criaram.
Esta vida é
a luta pela sobrevivência onde não cabem bens como o cinema, luxo inacessível,
mesmo o chamado cinema comercial eventualmente mais atractivo para um maior
número de pessoas.
A lida é
dura e ou se trabalha desalmadamente para ver o rendimento diminuir ou se
procura um emprego que teima em não aparecer. Para muita
gente, o que tem não sobra para luxos como cinema e não havendo procura,
os mercados encarregam-se do resto, o fechamento das salas.
Temo que
possamos voltar aos meus tempos de miúdo com a projecção ambulante, com um gerador
e um ecrã que viajavam numa carrinha que parava no largo e passava uma
"fita", era uma festa em muitas aldeias.
Já não
temos a vida nas aldeias como há décadas tínhamos, mas este caminho de deserto
transformará cidades e regiões em aldeias que esperam pelo cinema ambulante.
Virá?"
Hoje, soube-se que os mercados resolveram dar uma
nova oportunidade aos cinemas. Uma empresa brasileira, efeitos da globalização,
assumiu a abertura até final do ano de cerca de 60 das 70 salas de cinema que
tinham sido encerradas.
Ainda há mercados que gostam de cinema.
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