A obscena história dos SWAPS, apenas mais uma das muitas cenas
sinistras de que tem sido feita boa parte da nossa história recente, está a ser
um retrato fiel do universo político do Portugal dos pequeninos.
A qualidade da cultura e praxis política atingem níveis assustadores
que a partidocracia alimenta pois dessa falta de qualidade sobrevive. Existem
evidentemente excepções em todos os quadrantes mas a mediocridade, a falta de
preparação e solidez política e, sobretudo, a falta de arquitectura ética de
boa parte das lideranças políticas, produzem níveis de desconfiança e falta de
credibilidade baixíssimos que se traduzem no afastamento progressivo dos
cidadãos face à política partidária.
No entanto, esta generalizada mediocridade e impreparação
política têm, do meu ponto de vista um outro efeito perverso e significativo. Das
lideranças políticas, ainda que com visões e projectos diferentes, espera-se
que tenham como princípio estruturante, a promoção do bem comum e a sua defesa
e promoção exigem visão, determinação, liderança e resistência a interesses
outros. Quando falham estes atributos, as fragilidades e incompetência tornam
as lideranças políticas permeáveis a interesses pessoais e corporativos, alimentam
subserviências a jogos de interesses que sustentam a sua permanência no poder,
não lideram a regulação social e económica protectora do bem comum mas hipotecam-nas ao
serviço de interesses outros, os dos mercados, por exemplo.
É este o quadro da “baixa política”, não porque seja “baixa”
mas porque é a negação da sua essência e nobreza.
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