sábado, 10 de agosto de 2013

A BAIXA POLÍTICA

A obscena história dos SWAPS, apenas mais uma das muitas cenas sinistras de que tem sido feita boa parte da nossa história recente, está a ser um retrato fiel do universo político do Portugal dos pequeninos.
A qualidade da cultura e praxis política atingem níveis assustadores que a partidocracia alimenta pois dessa falta de qualidade sobrevive. Existem evidentemente excepções em todos os quadrantes mas a mediocridade, a falta de preparação e solidez política e, sobretudo, a falta de arquitectura ética de boa parte das lideranças políticas, produzem níveis de desconfiança e falta de credibilidade baixíssimos que se traduzem no afastamento progressivo dos cidadãos face à política partidária.
No entanto, esta generalizada mediocridade e impreparação política têm, do meu ponto de vista um outro efeito perverso e significativo. Das lideranças políticas, ainda que com visões e projectos diferentes, espera-se que tenham como princípio estruturante, a promoção do bem comum e a sua defesa e promoção exigem visão, determinação, liderança e resistência a interesses outros. Quando falham estes atributos, as fragilidades e incompetência tornam as lideranças políticas permeáveis a interesses pessoais e corporativos, alimentam subserviências a jogos de interesses que sustentam a sua permanência no poder, não lideram a regulação social e económica protectora do bem comum mas hipotecam-nas ao serviço de interesses outros, os dos mercados, por exemplo.
É este o quadro da “baixa política”, não porque seja “baixa” mas porque é a negação da sua essência e nobreza.

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