Um estudo hoje divulgado no DN e realizado no Canadá vem sublinhar algo que sendo, creio, do conhecimento geral, me parece pouco valorizado.
O estudo procurou seguir o percurso de vida, durante 10 anos, de um grupo significativo de estudantes, cerca de 30 000, e, em traços gerais, concluiu que os jovens que mais cedo, até aos quinze anos, revelavam baixo rendimento escolar ou insucesso são, passados dez anos, os que mais expostos estão ao desemprego e os menos qualificados. Pelo contrário, os alunos que iniciam carreiras escolares mais bem sucedidas são também os que mais qualificação adquirem, os mais bem pagos e os que menos estão em risco de desemprego.
Como costumo dizer, já o afirmei frequentemente no Atenta Inquietude, a exclusão (insucesso) escolar é, na maioria das vezes, a primeira etapa da exclusão social. O nosso país, apesar de alguns progressos de difícil objectivação por razões conhecidas, enfrenta aqui o que eu creio ser o seu maior problema, formação e qualificação das pessoas, o nosso grande recurso. Embora centrada na formação e qualificação escolar e profissional, é bom não esquecer a formação e qualificação éticas.
É por isso que se torna imperioso o estabelecimento de políticas educativas assentes em consensos alargados que estabeleçam metas e objectivos a prazo e que sejam consistentes, integradas e, claro, competentes.
Importa retirar a educação da agenda partidária e mantê-la na agenda política, evitando medidas avulsas, dispersas, muitas vezes incongruentes que resultam de uma política de navegação à vista, ao sabor dos ventos partidários e da marca que cada equipa que ocupa a 5 de Outubro entende querer deixar no sistema. A única marca que interessa, é mesmo a marca de qualidade.
Esse é, do meu ponto de vista, o nosso verdadeiro problema.
Sem comentários:
Enviar um comentário