quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

NÃO ESTRAGUEM

É sabido que apesar de algumas agressões pontuais, o litoral alentejano é, pode dizer-se, a zona de costa que ainda temos em melhores condições. É certo que ao longo de toda a costa é possível encontrar alguns nichos preservados mas, globalmente, o litoral alentejano tem estado mais a salvo dos crimes urbanísticos e da destruição.
O Plano Regional de Ordenamento do Território, instrumento que se pretende de regulação, vem limitar o número de camas turísticas passíveis de instalação na região. O autarca de Grândola insurge-se e, ao que parece, outros responsáveis por municípios também protestam contra a limitação que até o próprio estado entende não cumprir ao utilizar os famosos PIN, Projectos de Interesse Nacional, para contornar os planos de ordenamento do território e viabilizar os atentados ambientais que se podem constatar, por exemplo, no Algarve. Os autarcas protestam contra uma eventual discriminação, se uns construíram nós também queremos construir, e são capazes de com uns PIN aprovados levar a água ao seu moinho. Esta situação estará certamente associada ao facto de uma parte significativa do financiamento das autarquias depender da construção que, aliás, é confundida com desenvolvimento. Este equívoco gera o caos que conhecemos em muitos concelhos do país. Desenvolvimento deve estar associado a qualidade de vida e esta qualidade de vida não se promove destruindo o que de mais bonito e sólido existe numa região.
Por isso espero que prevaleçam os verdadeiros interesses nacionais e que a costa alentejana continue a ser o que é, uma das zonas mais bonitas e preservadas do país o que, repito, não é incompatível com desenvolvimento regional e com a qualidade de vida de quem lá vive ou a visita.

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