sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ACTIVOS TÓXICOS

No início da crise financeira e depois económica, de que ainda não saímos, surgiu uma expressão, para mim desconhecida, que invadiu a comunicação social e o dia a dia. Refiro-me aos chamados activos tóxicos que, dizem os especialistas, estiveram na base de boa parte dos nossos problemas. Continuo sem ter grande conhecimento destas matérias mas assim como apareceu, desapareceu, não voltámos a ouvir referências aos activos tóxicos.
Hoje, depois de um dia comprido tentei saber que tinha acontecido no mundo e assisti numa estação televisiva a um inenarrável debate entre dois deputados, Guilherme Silva do PSD e Vítor Baptista do PS sobre, tinha de ser, a Lei das Finanças Regionais a votar amanhã no Parlamento.
Ao ouvir aquelas duas figuras lembrei-me dos activos tóxicos e compreendi, deve ser isto. Aquela gente produziu uma cacofonia ininteligível e inaudível, cheia de insultos corteses e de demagogia despudorada. Os argumentos de qualquer dos lados pareceram-me imperceptíveis e sobretudo alinhados com estratégias partidárias que, como se sabe, tendem a não coincidir com o interesse geral.
Como é óbvio o cidadão está farto destes activos tóxicos e essa atitude traduz-se na demissão face actividade cívica e na desconfiança sobre a classe política que mina a cidadania e a democracia.
Será que serão recicláveis? É destino ou castigo?

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