sábado, 6 de fevereiro de 2010

CIDADANIA SOLIDÁRIA

A campanha relativa ao Ano Europeu Contra a Pobreza e a Exclusão Social inicia-se hoje com uma cerimónia na Fundação Gulbenkian. Começa bem.
Não consta que os dois milhões de pobres existentes em Portugal tenham sido convidados o que se deverá certamente a questões de logística.
Inicia-se assim oficialmente a retórica dirigida à pobreza. É melhor que nada. Sabendo-se que os apoios financeiros têm um impacto reduzido na redução da pobreza, a retórica tem apenas a vantagem de manter a pobreza na agenda e ajudar a descansar algumas consciências.
Apesar da situação económica não ser favorável é ela também responsável por parte significativa dos números da pobreza e, por isso, deve ser também a economia a suportar parte dos custos da pobreza, por exemplo através do aprofundar da responsabilidade social das empresas que, mais do que incentivada, deveria ser “obrigatória”.
O combate à pobreza, para além dos apoios económicos transitórios e casuísticos, deveria ter como eixos fundamentais, a formação, o trabalho e a promoção da dignidade.
Estes princípios deveriam servir de guarda-chuva a todas as iniciativas que também deveriam ser concertadas evitando a dispersão e o carácter avulso e voluntarista muito frequente.
Finalmente, seria desejável que se desenvolvesse uma perspectiva de cidadania solidária de que fala Fernando Nobre e que as lideranças políticas percebessem que o combate à pobreza é infinitamente mais importante que os interesses partidários.

2 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo!

a) http://flordocardo.blogs.sapo.pt

Mariana Emídio disse...

Parabéns pelo excelente artigo. "A formação, o trabalho, a promoção da dignidade, a cidadania solidária..."
Urge que estejamos atentos a estas realidades. Creio que todos teríamos a ganhar.
Mariana