Um estudo da responsabilidade da DECO sobre o universo das creches e jardins de infância mostra alguns dados curiosos. Cerca de 30% das crianças até aos dois anos passam cerca de nove horas na creche e 71% dos pais revelam insatisfação com a oferta nesta área. Um primeiro comentário retomando o que aqui já tenho referido. A inexistência de respostas para a idade dos 0 aos três anos é um dos grandes obstáculos ao aumento da natalidade, as famílias não têm como resolver a guarda das crianças após a licença de maternidade. O estudo revelou que a maioria das crianças foi inscrita muito antes de iniciar a frequência no sentido de garantir lugar. Assim, um eficaz política de apoio à família e à natalidade terá de passar obrigatoriamente pelo aumento da resposta ao nível de creches mas também de jardins de infância.
Um outro conjunto de dados interessantes deste estudo tem a ver com as formas de guarda das crianças nas instituições. Em cerca de 73% dos casos analisados a televisão é um dos recursos para "entreter" as crianças, em metade dos casos todos os dias, sendo o valor mais elevado dos quatro países envolvidos neste estudo.
Esta situação, como costumo referi-la, a televisão como "baby sitter", é assim e desde o início uma rotina na vida dos miúdos, que além de se verificar no contexto familiar também se passa nas instituições onde se esperariam outras formas de entretenimento.
Como também refiro habitualmente, não se trata de diabolizar, neste caso a televisão, trata-se de defender a qualidade dos processos educativos, de proteger a criança da exposição a conteúdos que genericamente têm pouca qualidade e são inadequados, bem como prevenir formas de isolamento em frente a um ecrã que estão bem patentes nas crianças mais velhas.
Como o povo diz, de pequenino é que se torce o ..., escolham, pepino ou destino.
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