quarta-feira, 10 de junho de 2009

CARTA A PORTUGAL

Meu caro Portugal,

Em novo 10 de Junho volto a escrever-te. Se bem te lembras na carta que te enviei o ano passado já te dizia que não te sentia bem, achava-te em baixo, como diz o teu povo, hoje acho mesmo que não estás nada bem. Neste ano que passou instalou-se por todo o mundo uma complicada situação a que tu também não conseguiste fugir. Muita gente sem trabalho e sem esperança em dias melhores. As lideranças que acolhes também não parecem capazes de prover a esperança. Entretêm-se nos jogos da política pequenina, provavelmente por falta de competência para a política grande. Como se não bastasse a crise instalada ainda aparece uma rapaziada a gerir empresas e bancos que conseguem delapidar milhões que, em decisões difíceis de entender, terão de ser pagos com o dinheiro e sacrifícios do cidadão. Os casos de corrupção e manhosices dos pequenos e grandes poderes não têm fim e ninguém parece substantivamente empenhado em contribuir para o seu fim.
Pois é meu caro e velho Portugal, estás a atravessar um período nada fácil. Imagina que ouvi há minutos o teu Presidente da República preocupado com o facto da tua juventude não estar em boas condições físicas, nas provas físicas de admissão às escolas militares, existem situações, disse ele, em que mais de 40% dos candidatos reprovam por deficiente condição física. Que está a acontecer meu velho? Os adultos de “baixa” ou desempregados, os jovens sem condição física e os velhos a lutarem pela sobrevivência. Não pode ser, temos que dar a volta a isto. Apesar de pequeno tens que protestar, não podemos aceitar não ter futuro meu caro, temos que nos organizar para um projecto de futuro.
Espero que para o próximo ano te possa encontrar em melhor estado. Até lá recebe um abraço de confiança.
10 de Junho de 2009

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