Era uma vez um Homem que tinha falas estranhas. A propósito de todos os assuntos as suas ideias surpreendiam pela antiguidade. Nem parecia um homem do seu tempo. Acreditava em coisas nas quais já ninguém acreditava há imenso tempo. Julgava que os diferentes aspectos da vida da gente ainda se passavam como há muitos anos se verificava. O Homem defendia valores e ideias que há muito tinham sido abandonados pela quase totalidade das pessoas. O Homem estranhava a reacção ao seu discurso e aos seus pensamentos. Tanto quanto eles eram estranhos para quem os ouvia. O Homem insistia, não encontrava razão para ser diferente. As pessoas também se foram habituando e deixaram de dar importância. Um dia, o Homem estava no jardim a ler e adormeceu. Ao seu lado, uma Pessoa que o conhecia reparou que na palma da mão do Homem, que o abandono do sono deixava exposta ao olhar, estava escrito qualquer coisa que aguçou a curiosidade da Pessoa e permitiu, finalmente, perceber o Homem.
Na palma da mão do Homem estava inscrito o seu prazo de validade. Estava fora de prazo há muito tempo.
Na palma da mão do Homem estava inscrito o seu prazo de validade. Estava fora de prazo há muito tempo.
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