quarta-feira, 24 de junho de 2009

AS PREVISÕES E A CONFIANÇA

Os analistas da área da economia, tal como em outras áreas, são sempre excelentes a fazer prognósticos no fim do jogo. Gostava de não afirmar isto, mas não é fácil encontrar estudos ou análises que tenham previsto os contornos e profundidade da crise financeira e económica que atravessamos. Cá no jardim apareceram agora 28 iluminados a pretenderem iluminar com a sua luz o nosso destino no que respeita à política em matéria de economia. Curiosamente, um bom número deles desempenhou cargos de governação em sucessivos elencos com o excelente resultado que agora conhecemos. De novo, o estranho sindroma dos ex-governantes que sabem sempre o que fazer depois de saírem do governo, enquanto lá estiveram notámos pouco a sua altíssima capacidade.
À luz deste quadro vou fazer um enorme esforço para acreditar que estas previsões da OCDE, segundo as quais ainda não batemos no fundo, estejam erradas. Por uma vez, os meus desejos poderiam ser a realidade.
A divulgação sistemática de previsões negativas, mesmo que sustentadas, tem o efeito de promover um ambiente de falta de confiança e optimismo que contamina os projectos individuais e colectivos. Por outro lado, previsões excessivamente optimistas também nos fazem duvidar e, também assim, perder a confiança pela dúvida que levantam.
A confiança será nesta altura um dos maiores bens e, simultaneamente, a melhor ferramenta para lidar com os “amanhãs que choram” ou com os “amanhãs que cantam”, dependendo das perspectivas. As lideranças políticas mais eficazes serão as que melhor nos devolverem esse bem e essa arma.

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