terça-feira, 30 de junho de 2009

PRIORIDADES

Preparava-me para comentar a troca de galhardetes entre o Presidente da PT, Henrique Granadeiro, e a Presidente do PSD, Ferreira Leite, relativa às influências exercidas pelos governos sobre empresas estatais e sobre a comunicação social. É o tipo de discussão de que ninguém sai bem, toda a gente tem telhados de vidro. Alguém que não tenha estado imigrado nas últimas décadas não terá qualquer dúvida sobre estas tentativas por parte de quem ocupou o poder, logo desde o PREC com o PCP e, por exemplo, a acção de Saramago no DN, lembram-se? Esta gente deveria estar caladinha.
No entanto, mais abaixo no Público on-line vejo uma notícia sobre a alteração dos critérios de atribuição do subsídio social de desemprego de forma a abranger mais pessoas.
Este é que, no momento, é o verdadeiro drama da sociedade portuguesa. Todos os discursos, ideias, iniciativas, procedimentos, o que quiserem, deveriam dirigir-se para os problemas que afectam directamente mais de meio milhão de portugueses e indirectamente, através do impacto na qualidade de vida das famílias atingidas, um número bem maior.
A tentativa por parte do poder de condicionar empresas e comunicação social é, obviamente, grave no plano político e no plano ético, mas não sejamos ingénuos, faz parte do arsenal de procedimentos destinados a perpetuar, claro, o poder. Por isso, todos os que a ele acedem assumem as mesmas práticas, não tapem o sol com a peneira. Mas não se esqueçam de que, actualmente, o desemprego é a prioridade das prioridades.

1 comentário:

Ana disse...

Professor,
Ainda uma questão de prioridades que aproveito para chamar a atenção aqui no seu blog (a título de boleia): os doentes de oncologia que esperam uma infinidade de tempo por uma intervenção! É muito grave, no sentido que o tempo (cronológico), pode fazer a diferença entre viver e morrer!
Mais uma vez, o essencial e o acessório para discussão! Não é de fácil gestão, mas talvez, se partíssemos do essencial...eu ainda acredito que é possível, mas parece-me que não estamos no bom caminho! É pena, muita pena mesmo!!!
Abraço,
Ana
Ps: agradeço a boleia, quase imposta, diga-se de passagem...mas penso que o prof. não se importa, ou estou a pensar mal? Não acredito...