A entrevista de José Sócrates à SIC e, sobretudo, os comentários que se seguiram mostram um pouco do que é a política do Portugal dos pequeninos. Devo dizer que não sou propriamente um apoiante das políticas genericamente seguidas, sou um militante contra a partidocracia instalada, embora tenha concordâncias pontuais. O Primeiro-ministro, como qualquer pessoa nas mesmas circunstâncias, está a tirar lições, não pode deixar de o fazer, dos resultados das europeias e a procurar manter, aquilo que do seu ponto de vista, é o grande objectivo, ganhar as próximas eleições. A entrevistadora procurou perceber que eventuais alterações ou ajustamentos entenderia Sócrates promover nas suas políticas no sentido de manter esse objectivo e ele, mal ou bem, melhor ou pior, procurou responder, com um discurso cujo conteúdo não é novo mas com nuances de forma. Até aqui nada de novo. A seguir comecei a ouvir um debate na SIC-Notícias onde estavam, Graça Franco, aquele miúdo malcriado e convencido, o Ricardo Costa, um politólogo, um tal Adelino Maltez, com ar blasée com imagens disparatadas e supostamente humorísticas, Nicolau Santos e o inimitável e mítico Mário Crespo. Lamento estar a escrever isto sem ter assistido a tudo, mas não aguentei, o que mereceu especial análise foi o estilo, se de “animal feroz”, se de animal dócil, se era humilde, se era genuíno, se estava cansado, etc. num escrutínio psicológico tipo Coluna de Revista. No meio lá aparecia algum comentário mais substantivo, sobretudo de Nicolau Santos, enfim, um péssimo exemplo do que me parece dever ser análise política. É mais ou menos como pedir a um elemento da claque do Benfica para comentar um discurso de Pinto da Costa e esperar um análise lúcida. Haja seriedade.
1 comentário:
Nesse dia quase todos usaram uma gravata encarnada mas a mais bonita era a do Jesus.
Um grande Abraço
A.C.
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