O veto de Cavaco Silva à lei de financiamento dos partidos pode nem vir a ter efeitos práticos pois pode vir a ser reconfirmada no Parlamento. Lembremo-nos de que a lei foi aprovada por unanimidade partidária. No entanto, este veto é um sinal público, mais um, para a partidocracia instalada, uma das causas mais importantes da descredibilização da classe política e da desmobilização dos cidadãos na participação cívica extremamente difícil fora das estruturas partidárias. Se recordarmos o indecoroso espectáculo que tem sido a substituição do Provedor de Justiça, que acabou por renunciar ao cargo um ano depois de ter finalizado o mandato e sem ser substituído porque PS e PSD não se entenderam quanto ao sucessor, percebemos quanto enviesada anda a vida político-partidária, entendem-se todos facilmente no que toca ao aumento do seu financiamento mas não se entendem sobre o Provedor de Justiça, uma minudência num estado democrático.Não é, pois, de admirar que os níveis de abstenção aumentem a cada acto eleitoral.
Sem comentários:
Enviar um comentário