segunda-feira, 29 de junho de 2009

UM MUNDO SEMPRE COM SOL

O Expresso deste fim-de-semana traz na Única um trabalho muito interessante sobre o sonho e a utopia. Os pragmáticos e ultra-liberais acharão, certamente, uma perda de tempo, mas o trabalho é, de facto, estimulante. Trago aqui apenas uma pequena referência, foram ouvidas algumas crianças entre os cinco e os dez anos sobre os seus sonhos. Registei o do Manuel, seis anos, “no meu mundo haveria sempre sol”. Sobretudo aos que leram todo o trabalho pode parecer estranho esta escolha, mas a ideia de um mundo sempre com sol afirmada por um miúdo de seis anos é, para mim, A Utopia, com toda a energia propulsora que têm, ainda, as utopias.
Já uma vez aqui referi que na minha primeira viagem a Moçambique, há já alguns anos, encontrei pessoas que, como disse, pareciam tão pobres que nem sonhos acreditavam poder comprar. Gente que vive sem sol, sem aconchego, sem algo que lhes ilumine a alma e o futuro. Muitos putos que andam, por vezes, bem perto de nós, mesmo sem estarem naquele estado de pobreza, vivem também em mundos sem sol.
O Manuel está certo, se for ele a construir o mundo, vai haver sempre sol, para todos.

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