No âmbito do Simplex +2017 e em
regime experimental o Governo pretende que as provas de aferição do 8º ano
possam ser realizadas online no próximo ano. A intenção é que a prazo todo o processo
incluindo o preenchimento por parte dos alunos seja assim realizado.
Por princípio e desde que sejam asseguradas
condições de equidade, meios, competência e recursos, um calendário de operacionalização que
garanta serenidade e minimize os riscos inerentes à mudança, julgo que a
simplificação de processos é positiva.
O Mestre João dos Santos, a quem
tarda uma homenagem com significado nacional, dizia, cito de memória pelo privilégio
de ainda o ter conhecido e ouvido, que em educação o difícil é trabalhar de
forma simples, é mais fácil complicar mas, obviamente, menos eficaz, menos
produtivo e muito mais desgastante.
Nesta perspectiva e aproveitando
o Simplex +2017 talvez fosse de caminhar numa maior simplificação e
desburocratização dos processos em educação, sejam os de natureza mais
administrativa e funcional, sejam mesmo os de natureza mais pedagógica.
O trabalho dos professores está
diariamente submerso num mundo de grelhas e de “excels” que exigem horas sem
fim com resultados que muito provavelmente não justificam o “custo” da sua
produção. Com é evidente, este custo poderia ser melhor potenciado com
processos mais simplificados.
O quotidiano das escolas e dos
professores está “ensopado” em burocracia com o preenchimento de inúmeros
documentos, registos, acesso a plataformas, que não parecem em muitas situações
fazer parte das soluções mas sim dos problemas.
No caso mais particular dos
alunos com NEE, a gestão dos seus processos educativos é também altamente
burocratizada com uma proliferação de processos, classificações, planos
variados, que geram ruído e equívocos decorrentes, entre outras razões, do próprio
enquadramento legislativo que também ele carece de um Simplex e actualização que tarda.
Seria na verdade uma boa altura
para recuperar a ideia “simples” de João dos Santos e desligar o
“complicómetro” e lembrar apesar de por vezes parecerem mais difíceis de conseguir,
as coisas simples são as mais eficazes.
Repito que atentando na carga
burocrática a que as escolas e os professores estão sujeitos bem se percebe a
necessidade de se simplificar.
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