segunda-feira, 26 de junho de 2017

SIMPLEX ESCOLAR

No âmbito do Simplex +2017 e em regime experimental o Governo pretende que as provas de aferição do 8º ano possam ser realizadas online no próximo ano. A intenção é que a prazo todo o processo incluindo o preenchimento por parte dos alunos seja assim realizado.
Por princípio e desde que sejam asseguradas condições de equidade, meios, competência e recursos, um calendário de operacionalização que garanta serenidade e minimize os riscos inerentes à mudança, julgo que a simplificação de processos é positiva.
O Mestre João dos Santos, a quem tarda uma homenagem com significado nacional, dizia, cito de memória pelo privilégio de ainda o ter conhecido e ouvido, que em educação o difícil é trabalhar de forma simples, é mais fácil complicar mas, obviamente, menos eficaz, menos produtivo e muito mais desgastante.
Nesta perspectiva e aproveitando o Simplex +2017 talvez fosse de caminhar numa maior simplificação e desburocratização dos processos em educação, sejam os de natureza mais administrativa e funcional, sejam mesmo os de natureza mais pedagógica.
O trabalho dos professores está diariamente submerso num mundo de grelhas e de “excels” que exigem horas sem fim com resultados que muito provavelmente não justificam o “custo” da sua produção. Com é evidente, este custo poderia ser melhor potenciado com processos mais simplificados.
O quotidiano das escolas e dos professores está “ensopado” em burocracia com o preenchimento de inúmeros documentos, registos, acesso a plataformas, que não parecem em muitas situações fazer parte das soluções mas sim dos problemas.
No caso mais particular dos alunos com NEE, a gestão dos seus processos educativos é também altamente burocratizada com uma proliferação de processos, classificações, planos variados, que geram ruído e equívocos decorrentes, entre outras razões, do próprio enquadramento legislativo que também ele carece de um Simplex e actualização que tarda.
Seria na verdade uma boa altura para recuperar a ideia “simples” de João dos Santos e desligar o “complicómetro” e lembrar apesar de por vezes parecerem mais difíceis de conseguir, as coisas simples são as mais eficazes.
Repito que atentando na carga burocrática a que as escolas e os professores estão sujeitos bem se percebe a necessidade de se simplificar.

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