O JN aborda hoje a situação
levantada pela devolução inúmeros manuais escolares disponibilizados a alunos
do 1º ciclo e que não estão em condições de ser reutilizados.
Ao que parece o ME entende que cada
agrupamento deverá decidir o que fazer com estes manuais.
Esta situação era previsível. A
construção dos manuais é pouco amigável para a sua reutilização como seria de
esperar dado o valor económico deste nicho de mercado. Parece-me também claro
que a dificuldade da sua reutilização pode aumentar com o uso que lhe é dado e com
as suas características.
Não imagino o que possam vir as
escolas a fazer com este espólio sendo que um destino possível será a em
reciclagem em vez de reutilização.
Talvez esta situação possa
contribuir para um processo de reciclagem não do manual mas da utilização do
manual.
Tenho afirmado muitas vezes que boa
parte do trabalho em muitas salas de aula é excessivamente “manualizado”
associado a práticas pedagógicas pouco diferenciadas muito decorrentes de
conteúdos curriculares demasiado extensos, prescritivos e normalizadores. Talvez
seja uma oportunidade para atenuar uma fórmula que apesar de inúmeras experiências
muito interessantes com resultados ainda assenta na ideia de que o professor
ensina com base no manual o que o aluno aprende através do manual que o pai
acha muito importante porque tem tudo o que professor ensina.
Não é um processo fácil mas creio
que seria um caminho positivo no sentido de acomodar a diversidade de alunos,
as suas necessidades e diferenças de contexto que dificilmente são acomodadas
num manual, por melhor que seja.
1 comentário:
Muito interessante. esclarecedor. Gostei e muito
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