Em qualquer país democrático é
imprescindível a existência de instituições ou estruturas que que representam a
voz e os interesses de grupos de cidadãos. Estas estruturas ou instituições podem,
devem, ter tipologias de diferentes na sua organização, assumirem objectivos
diferentes, emergir de grupos sociais de maior ou menor dimensão ou terem implantação local ou nacional.
Estas estruturas ou instituições,
desde o partido à associação profissional ou à associação que agrega pessoas ligadas
a matérias ou problemas específicos, têm um papel essencial e insubstituível na
construção de democracias saudáveis em que os cidadãos, todos os cidadãos têm voz. Isto é tanto mais importante quanto mais baixa é a voz de alguns cidadãos
ou grupos como é o caso de boa parte das minorias o que as torna mais vulneráveis,
O que me tem vindo a incomodar é
sentir e perceber que com demasiada frequência se vai verificando que mais do
que proteger a voz e os interesses de quem representam ou se espera que
representem, protegem a voz e os interesses dos que representam essas
estruturas ou instituições, ou seja, os seus próprios interesses e voz.
Sei bem das inúmeras excepções
com sei bem dos inúmeros de exemplos de que assim é.
Este cenário não é certamente
alheio à falta de saúde ética dos tempos que vivemos. Será que queremos mesmo
alterar este quadro?
Aparentemente não, conforme o
exemplo proporcionado pelo trabalho do JN sobre a tolerância com que é aceite o
retorno à vida política de autarcas envolvidos em “clientelismo, falta de
transparência e corrupção".
É destino?
Sem comentários:
Enviar um comentário