Portugal entrou definitivamente
em estado de graça.
Imaginem que a 11ª edição do
estudo Global Peace Index realizado pelo
Instituto para a Economia e Paz Portugal coloca Portugal como terceiro país mais pacífico do mundo, depois da Nova Zelândia e Islândia e entre 163 países.
É obra. Merecia mais destaque.
Entre os critérios para esta
classificação contam-se instabilidade política, conflitos internos, níveis de
violência e militarização são alguns dos 23 indicadores que contribuem para
ordenar na tabela os 163 países que participaram no estudo.
Desde há cinco anos, em 16º
lugar, temos sempre subido, no ano passado estávamos em quinto e agora … o
pódio. aguardo com alguma expectativa a luta pela paternidade deste resultado.
A verdade é que somos reconhecidamente
um país de brandos costumes, somos um povo discreto. Não abusamos da violência
e quando o fazemos é no recato do lar ou, quando muito, no quintal.
A nossa violência, é uma
violência de proximidade, violência doméstica em números muito elevados, umas
tareias nos miúdos a ver se eles aprendem, uma sacholada ou tiro num vizinho
por causa de uma partilha ou de uma pinga de água, pouco mais do que isso. Por
vezes, lá trocamos uns sopapos ou coisa pior por causa de um desaguisado de
trânsito, mas nada que possa configurar violência pública ou convulsão social
graves.
Somos mesmo um povo tranquilo e
de brandos costumes, algo que os estrangeiros, quase sempre, referem como
característica dos portugueses.
Ainda assim e apesar do
conformismo agora confirmado, a questão é que, como dizia Camões, todo o mundo
é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Um dia cansamo-nos de ser bons
rapazes.
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