terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OS NEGÓCIOS DA EDUCAÇÃO

A Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo que amanhã estará na numa audição com a Comissão de Educação e Cultura da Assembleia da República divulgou hoje à imprensa a defesa do financiamento a estes estabelecimentos mesmo quando na mesma zona existe capacidade de resposta em escolas públicas.
Como se sabe, dado o carinho de Nuno Crato pelo ensino privado, desde 2013 que tal possibilidade tem enquadramento legal.
Não fiquei surpreendido pela defesa deste financiamento por parte da AEEP.
O que verdadeiramente me deixou perplexo foi o argumento. Imaginem que o Estado deve financiar o funcionamento de estabelecimentos privados quando existe resposta pública em nome da liberdade de escolha das famílias.
A sério?! Eu pensava que a defesa deste financiamento seria em nome do negócio. Mas não. É em nome de uma coisa falaciosa a que chamam de liberdade de educação.
Parece-me natural que queiram ver protegidos os seus negócios e interesses mas meus caros, poupem-nos à ideia de que o fazem nome da liberdade de escolha.
Reafirmo que me parece absolutamente necessária a existência de um subsistema de ensino privado até como forma de regular a própria escola pública e para que, de facto, existam opções. Mas o que não me parece defensável é que a sua existência seja financiada com dinheiros públicos ao mesmo tempo que se tem verificado desinvestimento na educação e ensino público.
Assim não.

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