No DN lê-se que existem milhares
de crianças em lista de espera para creches e jardins-de-infância no chamado
sector social em as mensalidades são indexadas aos rendimentos familiares. Esta
situação afecta sobretudo zonas mais urbanas e a alternativa da resposta
privada é inacessível para muitas famílias.
Segundo o trabalho do DN haverá
instituições em que número de candidaturas é oito vezes superior à capacidade
de resposta.
Como muitas vezes aqui tenho
referido, a falta de respostas e recursos a preços acessíveis para o
acolhimento a crianças dos 0 aos 3, creches ou amas, e dos 3 aos 6 anos, a
educação pré-escolar, é um dos grandes obstáculos a projectos familiares que
incluam filhos, levando aos conhecidos e reconhecidos baixos níveis de
natalidade entre nós, 30 % das mulheres portuguesas têm apenas um filho.
Continuam a faltar verdadeiras políticas de família que possam minimizar este
cenário. Veja-se o que nesta matéria foi feito com bons resultados pela França.
A alteração dos estilos de vida,
a mobilidade e a litoralização do país, levam à dispersão da família alargada
de modo a que os jovens casais dependem quase exclusivamente de respostas
institucionais que, ou não existem, ou são demasiado caras. Portugal tem um dos
mais elevados custos de equipamentos e serviços para crianças o que é,
naturalmente, um forte constrangimento à maternidade.
É importante referir que alguns
estudos revelam que as mulheres portuguesas são, de entre as europeias, as que
mais valorizam a carreira profissional e a família, a maternidade e também é
sabido que as mulheres portuguesas são das que mais tempo trabalham fora de
casa o que dificulta a conciliação que desejam entre profissão e parentalidade.
É sabido que muitas famílias
estão a sentir enormes dificuldades em assegurar a permanência dos miúdos nas
creches e nos jardins-de-infância por razões económicas aumentando significativamente a retirada de crianças com o acentuar da crise com picos verificados em 2011, 2012 e 2013. As Instituições procuram, apesar das
dificuldades que elas próprias enfrentam, flexibilizar, até ao limite possível,
custos e pagamento tentando evitar a todo o custo que os miúdos deixem de
frequentar os estabelecimentos. Acresce a quebra da natalidade que
a situação induz.
Sabemos todos como o
desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente
influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de
vida, de pequenino é que ...
Assim, existem áreas na vida das
pessoas que exigem uma resposta e uma atenção que sendo insuficiente ou não
existindo, se tornam uma ameaça muito séria ao futuro, a educação dos mais
pequenos é uma delas.
Sabemos todos como o
desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente
influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de
vida, de pequenino é que ...
Esperemos que, cumprindo decisões
do Governo anterior e a intenção do actual, rapidamente possa ser garantido o
acesso à educação pré-escolar aos três anos e criadas respostas acessíveis,
física e economicamente, às famílias dos 0 aos três anos, cumprindo a acessibilidade universal à educação de infância.
Existem áreas na vida das pessoas
que exigem uma resposta e uma atenção que sendo insuficiente ou não existindo,
se tornam uma ameaça muito séria ao futuro, a educação dos mais pequenos é uma
delas. Os riscos que correm estes miúdos obrigados a abandonar a educação
pré-escolar por questões económicas são elevados e, obviamente, contribuem para
perpetuar assimetrias sociais e a falta de mobilidade social de que a educação
é a principal ferramenta.
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