O final de mais uma época de
avaliação recordou-me algo que há muito tempo, alguém me dizia, saber é
perguntar, não é responder. A vida tem-me ajudado a entender, perguntando e
perguntando-me, algo que de início não parecia tão claro.
E quando hoje se discute o nível
de conhecimento das pessoas, desde os alunos mais novinhos aos alunos do ensino
superior, e se evidencia essa suposta ausência de conhecimento sobretudo pelas
respostas que dão em exames ou testes, não deixando de estar atento, fico
também inquieto pelas perguntas que não fazem e que, não querendo ser injusto
com muitos excelentes mestres, foram “aprendendo” a não fazer.
O ensino tem vindo a assentar
mais na resposta e menos na pergunta. A pergunta é impertinente, a resposta é
inteligente.
A pergunta desestabiliza, a
resposta valoriza.
A pergunta é o desassossego e a
inquietação, a resposta é a tranquilidade.
A pergunta é a dúvida e a
incerteza, a resposta é a segurança e a certeza.
A pergunta é a discussão, a
resposta é a conformidade.
A pergunta é o receio, a resposta
é a confiança.
A pergunta é a subversão, a
resposta é a submissão.
Aos poucos vão-nos convencendo
que é melhor ter as respostas do que ter as perguntas.
É, cada vez mais me convenço que
tão ou mais importante como saber dar respostas, é saber fazer perguntas. Elas
trazem as respostas.
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