No Expresso de hoje encontra-se
uma entrevista com o Governador do Banco de Portugal extraordinariamente elucidativa
do que tem sido o seu mandato à frente da estrutura de regulação e supervisão
da banca com os resultados devastadores que se conhecem mas que Carlos Costa
teima em desconsiderar.
Referindo-se ao Novo Banco e a uma insistência
do jornalista sobre o risco de, mais uma vez, os contribuintes serem chamados a
cobrir a incompetência da regulação e os desvarios e mesmo ilegalidades e
trafulhices das administrações bancárias, o Governador do BdP tem uma afirmação surpreendente.
“Se me der algum endereço na Lua para onde se possa mandar a factura,
eu mando”. Isto mesmo, leram bem.
Este tipo de discurso é de uma
indignidade e despudor sem nome. A sua incompetência custa-nos a todos muitos
milhões e Governador, armado em engraçadista, responde que na Lua não haverá quem possa pagar. Pois não, nós os que vivemos com os pés na Terra pagamos e bem.
É verdade que a falta de
supervisão e regulação eficaz e séria já vem de trás, do sonolento consulado de
Vítor Constâncio à frente do BP cuja competência foi , aliás, recompensada com
a direcção no Banco Central Europeu e a minudência salarial de mais de 900
€ por dia durante 2015.
É um despudor.
Senhor Governador, o senhor não é
parte da solução, nunca foi e já não será. É parte significativa do problema e
não estou a branquear a actuação das administrações que muito provavelmente ficará
impune, não misturo responsabilidades.
Mas é importante que assuma a
sua, gente de bem é assim que procede.
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