Em entrevista ao DN e ao Público, Nuno Crato
realiza uma espécie de posfácio breve relativo à sua passagem pela 5 de Outubro.
Continua fielmente submerso pelo
mantra da “exigência” que se traduz em exames e sempre, sempre, contra o que
chama de laxismo, uma versão do facilitismo.
Continuo convencido que acreditar
que criar exames melhora a qualidade da educação é que me parece uma visão
facilitista. No entanto, também é preciso afirmar que apenas acabar com os
exames também não resolve nada.
Nuno Crato mostra um dado genericamente
positivo, a redução do abandono precoce mas esquece que boa parte desta redução
não se traduz em mais sucesso dos alunos. Na verdade, a redução do abandono
decorre do alargamento da escolaridade para 12 anos e do empurrar de milhares
de alunos para curso vocacionais ou de outra natureza que mascara a estatística
do abandono mas não significa sucesso ou qualificação para muitos milhares de
jovens empurrados para esta via que a comunidade educativa percebe como sendo
de segunda e para quem não tem “jeito”, não gosta ou não “serve” para a escola.
As avaliações, as apreciações de directores escolares e a experiência mostram
isso mesmo com insuficiência e inadequação da oferta e de recursos das escolas.
Nenhuma palavra, claro, sobre o desinvestimento brutal na escola pública. Um pormenor dentro da política educativa por si assumida. .
Nenhuma palavra, claro, sobre o desinvestimento brutal na escola pública. Um pormenor dentro da política educativa por si assumida. .
Obra de mérito que tal como a de Maria
de Lurdes Rodrigues e que justifica a condecoração de ambos com a Grã-Cruz da
Ordem do Infante D. Henrique hoje atribuída pelo Presidente da República.
Les beaux esprits se rencontrent.
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