O Público faz referência ao
trabalho de um investigador de Oxford relativo à capacidade e limite de
estabelecer amizades e o impacto que as redes sociais podem ter nesta questão.
A leitura da peça sugeriu umas
notas pouco científicas, por assim dizer.
Eu que de há alguns anos tinha
vindo a criar um sentimento algo pessimista sobre a evolução das relações entre
as pessoas, tenho ficado francamente surpreendido com a quantidade de pessoas
que se me dirigem convidando-me para amigo e propondo-me a integração numa rede
social e em diferentes grupos de amigos. Acresce que ainda certamente
preocupados com os meus tempos livres passados em solidão me convidam para
participar em dezenas de aliciantes e estimulantes jogos com nomes estranhos.
De facto, numa época em que muitas
vezes me tenho referido ao isolamento em que muita gente parece estar,
surpreende-me a disponibilidade solidária com que tanta gente encara o risco de
eu estar sem amigos ou, eventualmente, com poucos amigos. A surpresa é tanto
maior quando verifico que muitos dos convites vem de pessoas que não tenho
ideia de conhecer de lado algum o que me parece algo de francamente positivo.
Já pensei que será gente que
assumiu uma espécie de missão em regime de voluntariado na qual se empenham em
oferecer amizade a eventuais necessitados. É bonito e cria uma ilusão de
esperança na humanidade, afinal as pessoas continuam a empenhar-se na relação
com o outro e a preocupar-se com a amizade.
Por outro lado, uma das fórmulas
divulgadas "gostava de te adicionar como amigo" é particularmente
feliz, eu acho. A ideia de ir somando amigos, chegando a centenas ou, quem
sabe, a milhares, permite sonhos de popularidade e amizade nunca antes
imaginados. Estou completamente rendido.
Por favor, não desistam de enviar
a toda a gente, a mim também, as fantásticas mensagens que contêm os criativos
e solidários "gostava de te adicionar como amigo" ou "tituxa
enviou-te um Pedido de Amizade".
Ah, não se esqueçam de enviar
também os convites para os jogos.
Bem-haja pela atenção.
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