Está mais um dia cabaneiro aqui
no Alentejo, chuva ininterrupta, a terra a não receber mais água e muito
vento.
Na vila, onde as compras ainda
incluem uma conversa com as pessoas das lojas, comentava-se, não podia deixar
de ser, a água e a ventaneira. Invariavelmente as pessoas concluíam, que venha,
assim vamos tê-la no Verão.
O Mestre Zé Marrafa passou aqui
no Monte só para umas lérias que a terra não deixa que se ande de posse dela.
As batatas terão que esperar mais uns dias até que a terra possa ser fabricada.
Agora, aqui em frente ao lume leio
que se verificam já alguns episódios de cheias em alguns dos nossos rios.
As cheias eram normais, por assim
dizer, apesar de grandes prejuízos e de tragédias acontecidas em circunstâncias
extremas.
Muitas asneiras feitas por nós
acentuaram em muitas zonas os potenciais riscos de chuvas mais fortes.
As pessoas do Ribatejo sabem como
as cheias eram importantes para a qualidade dos solos e conviviam naturalmente
com a subida do Tejo, a cheia normal, por assim dizer. No fundo, é a mesma
naturalidade com que as pessoas da Guarda e de Trás-os-Montes não se queixam do
frio e afirmam a sua necessidade nas patéticas reportagens que as televisões
fazem logo que a temperatura baixa um pouco mais. Como é evidente, também podem
ocorrer episódios mais violentos que trazem prejuízos e danos, às vezes
pessoais, o que é naturalmente grave.
Em todo o caso, estamos no
Inverno. Será que nos desabituámos de viver um Inverno?
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