A Confap, pela voz do seu
presidente vê com bons olhos que os alunos passem mais tempo na escola. Nada de
novo, em Junho de 2015 também defendeu a presença dos alunos na escola durante
11 meses.
Como tantas vezes afirmo tenho
bem presente as dificuldades que muitas famílias sentem com a guarda das
crianças em horário escolar, também passei por isso. No entanto, este problema não pode, não deve,
atenuar-se prolongando não sei até que limite a permanência de crianças e adolescentes nas escolas.
As escolas, para além das
dificuldades que são próprias ao seu trabalho não pode transformar-se numa
“overdose” asfixiante para muitos miúdos e criar um clima pouco positivo de
trabalho para todos profissionais que nela trabalham. Não vou retomar
argumentos que repetidamente aqui tenho referido
Creio que a Confap andaria melhor
se promovesse, dentro das suas competências, a discussão sobre a organização do
trabalho, os horários e políticas de família, etc., para que as famílias,
quando fosse possível evidentemente, pudessem ter alternativas de horários
laborais que lhes permitissem mais disponibilidade para os filhos.
Seria também de explorar a possibilidade
de recorrer a outros serviços e equipamentos das comunidades, desportivos ou
culturais, por exemplo, que respondessem às necessidades de crianças e jovens e
não mantê-los na escola, a resposta mais fácil mas com inconvenientes que me
parecem claros. Aqui sim, parece-me importante o papel das autarquias.
Na mesma lógica da pretensão
expressa pela Confap por que não avançar com a proposta de que as escolas
estejam abertas, por exemplo, à sexta à noite de modo a permitir vida cultural
ou social dos pais? Os alunos sempre aproveitavam para alguma revisão da matéria dada.
Sim, é anedótico e demagógico mas
trata-se de sublinhar que, por um lado, a escola não pode ser a solução para
todos os problemas das famílias, crianças e jovens e, por outro lado, nem
sempre os interesses dos pais coincidem com os interesses dos filhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário