quarta-feira, 8 de outubro de 2014

OS PÉS DE BARRO DE NUNO CRATO

"O manicómio"

"Errar muito é desumano"

"Mantém-se? Manter-se-á?"

Tenho vindo a assistir com alguma curiosidade às reviravoltas opinativas de algumas figuras com algum reconhecimento público sobre o Ministro da Educação, Nuno Crato, e a sua extraordinária actuação política.
De facto, é notória a "cambalhota", por assim dizer, de pessoas como Carlos Fiolhais ou Santana Castilho, entre outras vozes, que passaram de discursos laudatórios sobre Nuno Crato e as suas opiniões sobre educação para posições arrasadoras sobre a sua actuação. Aliás, registo a mudança no mesmo sentido do discurso que poderemos designar como "editorial" do Público, recordo o tempo de José Manuel Fernandes, sobre a mesma questão.
Tenho para mim, fui falando sobre isso ao longo destes anos, que a visão de Nuno Crato sobre a educação eram conhecidas e, por isso, não surpreendentes. Creio, aliás, que boa parte das apreciações positivas que lhe eram feitas decorriam sobretudo da sua reacção às políticas desenvolvidas na altura, sobretudo durante a perturbadora passagem de Maria de Lourdes Rodrigues pela 5 de Outrubro, do que da percepção mais profunda do que verdadeiramente Nuno Crato defendia. Ficou para a história a célebre afirmação sobre a implosão do Ministério. Os resultados estão à vista.
Os tempos mais recentes "apenas" mostram os aspectos operacionais da sua visão sobre educação e uma enorme incompetência na gestão de processos onde era suposto não falhar que erguia como bandeiras a excelência, o rigor e a competência.
Nesta altura começa do meu ponto de vista a colocar-se uma outra questão, a herança que a actuação de Nuno Crato irá deixar no sistema educativo português. Qual será? Que fazer com essa herança?
Creio que nos esperam, para não variar, dias agitados na educação.

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