Um dia destes com a chuva a cair, abriguei-me para um chá num daqueles cafés de bairro, pequenos e simpáticos. Quase
ao mesmo tempo entrou uma senhora com um bebé ao colo. A senhora do café
cumprimentou efusivamente com um “Olá Marta” dirigido, percebi, ao bebé. A mãe
respondeu com um imprevisível “agora é fase da mãe” que me surpreendeu e me
deixou atento. Felizmente para a minha curiosidade, a senhora foi explicando de
forma detalhada que a Marta só quer a mãe, não quer outra coisa.
Achei engraçada e ingénua a
conversa, pois que poderá querer uma pessoa com oito ou dez meses que não a
mãe? A mãe é tudo e dá tudo. Que esperaria a mãe da Marta que ela quisesse?
O problema é que no nosso mundo
continuamos com demasiadas crianças pequeninas sem mãe, umas porque estão desacompanhadas
em algumas instituições, outras, porque mesmo tendo por perto a mulher que as
pariu, estão sem mãe.
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