"Crianças mais expostas à pobreza desde 2010 em Portugal"
Segundo o INE e reportando dados
de 2012, o risco de pobreza passou a atingir 24,4% das crianças portuguesas,
quando essa proporção era de 21,8% em 2011. Na população total aumentou
de 17,9% em 2011 para 18,7% em 2012.
De acordo com os especialistas,
considerando o abaixamento significativo das transferências sociais o cenário
tenderá a agravar-se apesar da retórica do Governo relativamente à melhoria nas
condições de vida dos portugueses.
As dificuldades das famílias e o
que dessas dificuldades penaliza e ameaça os mais pequenos, é demasiado
importante para que não insistamos nestas questões. Todos os estudos e
indicadores identificam os mais novos como o grupo mais vulnerável ao risco de
pobreza que, como vimos, continua a
aumentar.
As dificuldades que afectam
directamente a população mais nova são algo de assustador. Esta realidade não
pode deixar de colocar um fortíssimo risco no que respeita ao desenvolvimento e
ao sucesso educativo destes miúdos e adolescentes e portanto, à construção de
projectos de vida bem sucedidos. Como é óbvio, em situações limite como a
carência alimentar, exploração sexual, mendicidade, insucesso educativo,
estaremos certamente em presença de outras dimensões
de vulnerabilidade que concorrerão para futuros preocupantes.
É por questões desta natureza que
a contenção das despesas do estado, imprescindível, como sabemos, deveria ser
feita com critérios de natureza sectorial e não de uma forma cega e apressada,
custe o que custar, naturalmente mais fácil mas que, entre outras
consequências, poderá empurrar milhares de crianças para situações de
fragilidade e risco com implicações muito sérias.
As palavras de Augusto Gil de
1909 estão tragicamente actualizadas.
(...)
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!..
(...)
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!..
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