Da imprensa de hoje gostava de
partilhar convosco algo que me parece interessante a merecer reflexão.
Dados hoje divulgados e relativos
a 2013 pela Direcção-geral de Saúde, referem que aos seis meses apenas 22% dos bebés
portugueses são alimentados exclusivamente com leite materno, tal como
recomendam as boas práticas da Organização Mundial de Saúde. Importa, no
entanto, sublinhar que de 2010 para 2013 a evolução foi positiva de 14% para
22%.
A meta da OMS relativa ao
aleitamento materno prende-se com as vantagens reconhecidas em termos de saúde
e desenvolvimento dos bebés bem como no impacto positivo nas relações maternais.
A distância a que ainda estamos da
situação desejável dever-se-á a causas múltiplas que sugerem umas notas breves.
Para além de alguns preconceitos e
mitos sobre o impacto do aleitamento no corpo das mulheres, creio que o quadro
existente em Portugal em matéria de protecção à maternidade, mas sobretudo a
precariedade crescente nas relações laborais poderão causar algumas dificuldades
sérias na extensão do período de alimentação exclusiva com leite materno apesar
do recurso à recolha e alimentação diferida que algumas mães utilizam.
Neste quadro, para além da
insistência na divulgação dos efeitos positivos para mães e bebés, importa que
as políticas de família e a protecção legal à maternidade sejam de facto
amigáveis para crianças e mães e que se combata seriamente a precariedade
laboral, arma que é usada muitas vezes para pressionar o regresso da mãe mais
cedo ao trabalho mesmo não cumprindo a lei. A fragilidade económica de muitas
mães novas retira-lhes capacidade negocial.
Provavelmente, algumas, por estas
razões nem filhos se propõem ter.
Sem comentários:
Enviar um comentário