"Despesa com Educação recua mais 700 milhões de euros"
Sem surpresa dada a cultura deste
Governo, em particular do MEC, a proposta de Orçamento Geral do Estado para
2015 contempla um corte de cerca de 700 milhões de euros com desinvestimento em
todos os sectores com excepção da educação pré-escolar, cujo orçamento sobe 5%.
Confirma-se a apetência
continuada pelos cortes orçamentais no universo da educação o que exige também
continuar a insistir na referência aos riscos desta política fortemente comprometedora do futuro.
Recordo, mais uma vez, que a
Conferência WISE – World Innovation Summit for Education de 2012, em Doha no
Qatar, definiu como eixo central o investimento em educação mesmo em tempos
recessivos, sublinhando a importância da qualificação, incentivos e apoios aos
professores e a relação dos percursos educativos com o mercado de trabalho.
Sendo certo que importa
racionalizar custos e optimizar recursos combatendo desperdício e ineficácia, o
caminho que temos vindo a percorrer é justamente o contrário, o desinvestimento
na educação, do básico ao superior com custos que o futuro se encarregará de
evidenciar.
Está estudada e reconhecida de há
muito a associação fortíssima entre o investimento em educação e investigação e
o desenvolvimento das comunidades, seja por via directa, qualificação e
produção de conhecimento, seja por via indirecta, condições económicas,
qualidade de vida e condições de saúde, por exemplo.
Como em quase tudo é uma questão
de escolhas e prioridades de quem lidera. O empobrecimento e o desinvestimento
em educação nunca poderão ser factores de desenvolvimento.
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