“Relatório viciado, inquérito inacabado”
Vou tentar resistir a abordar a questão do arranque do ano lectivo. Já hoje colaborei num trabalho sobre a questão a sair no Jornal de Letras.
Uma nota breve sobre algo de recorrente e eluciativo sobre o funcionamento da nossa democracia capturada pelos interesses da partidocracia, as comissões de inquérito parlamentares.
O relatório da comissão parlamentar sobre a compra de equipamentos militares iliba qualquer suspeita ou problema em torno do famoso caso dos submarinos. Este processo, é bom recordar, já deu origem a condenações na Alemanha e na Grécia. Por cá ... não se passou nada.
Na verdade, as comissões de inquérito parlamentares mais não fazem do que cumprir o ditado dos ventos que sopram, seja qual for o assunto em análise. De facto, ainda antes de terminarem os seus trabalhos já conseguimos, quase sempre, antecipar conclusões, elas são favoráveis a quem ocupa o poder.
Entende-se, assim, a desconfiança dos cidadãos face aos agentes políticos e a impossibilidade de estabelecer compromissos que comprometam esta alternância nunca se criando, evidentemente, alternativas, o que seria uma outra coisa e não mais do mesmo.
Só não se compreende como se aceita sem sobressaltos este destrato cívico.
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