Desta vez em Albergaria-a-Velha.
Uma criança de quatro anos caiu de uma altura de 15 metros, o terceiro andar do
metros no prédio onde vive com a família. Ao que parece, na altura estava na altura à guarda de uma tia
de 13 anos, repito, 13 anos.
O povo costuma dizer que “ao
menino e ao borracho, põe Deus a mão por baixo". Desta vez não aconteceu,
o menino está em situação muito grave. Esperemos que melhore.
Dada a regularidade destes
episódios, algumas notas, de novo.
De acordo com a Associação para a
Promoção da Segurança Infantil, dados de 2013, em dez anos, mais de 100
crianças morreram e 40 mil foram hospitalizadas devido a quedas, grande parte
das quais em edifícios (varandas ou janelas) e quedas de escadas.
Também as piscinas continuam
anualmente a ser palco de acidentes com enorme gravidade ou fatais.
Continuamos a ser um dos países
europeus em que acontecem maior número de acidentes domésticos com crianças.
Nas mais das vezes verifica-se alguma negligência ou excesso de confiança da
nossa parte, adultos, na vigilância dos miúdos a que se junta a inexperiência e
o à vontade próprios dos mais pequenos.
A dor e a culpa que alguém pode
carregar depois de episódios desta natureza serão, creio, suficientemente
fortes para que deixemos de lado o aspecto da culpabilização que aqui nada
acrescenta.
O que me parece importante
sublinhar é que num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção
da criança estão sempre presentes, também se verifica um número altíssimo de
acidentes, por vezes mortais, o que parece paradoxal. Por um lado, protegemos
as crianças de forma e em circunstâncias que, do meu ponto de vista, me parecem
excessivas e, por outro lado, em muitas situações adoptamos atitudes e
comportamentos altamente negligentes e facilitadoras de acidentes que,
frequentemente, têm consequências trágicas.
E não adianta pensar que só
acontece aos outros.
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