"Ministério assume “desconforto” com “erro lamentável” na colocação de professores"
De facto, parece não haver
limites para o despudor e irresponsabilidade.
Uma figurinha que à boleia do
cartão partidário, é quase sempre uma essência curricular, ocupa o lugar de Secretário de Estado da
Administração Escolar, o Sr. Dr. Casanova de Almeida, veio hoje afirmar que "Estamos (MEC) desconfortáveis porque aquele
trabalho que deveria ter sido feito detectou um erro e esse erro é lamentável”
referindo-se, evidentemente, ao processo catastrófico da colocação de
professores.
Insistindo na tecla desde o
início batida, já só falta resolver situações muito pontuais e o que aconteceu
não é muito diferente de anos anteriores, a figurinha continua a mostrar a
maior das irresponsabilidades e a falta de uma coisa que o meu pai sempre
referia, espinha.
Milhares de alunos sem aulas há um
mês e meio com as inevitáveis consequências noS processos e resultados da
aprendizagem, um clima de instabilidade que afecta alunos e professores mesmo
os não envolvidos directamente, centenas de professores atropelados na sua
dignidade, situação pessoal e profissional, um clima de escola virado do avesso
e a figurinha fala de "desconforto". Desconforto?!
Uma situação desta natureza seria
mais do que suficiente para gente com um mínimo de dignidade, sentido ético,
competência e responsabilidade tomar a primeira decisão que em termos políticos
se exige, a demissão.
Mas não, o seu ex-colega
Director-geral bateu com a porta devido à "fórmula errada", o seu
ex-colega Secretário de Estado da Educação bateu com a porta porque plagiou um
trabalho sobre a "Dimensão moral da profissão docente" e a figurinha
fala de como o MEC se sente "desconfortável" por estes pormenores
relativos à colocação de professores.
Relativamente às formas de compensação para os problemas causados a alunos e professores, sabe-se que se não adiam exames mas não se sabe de mais. O que é dito, por assim dizer, traduz-se em linguagem cratesa por, "as escolas que se desenrrasquem", talvez com ajuda do voluntariado dos docentes e da capacidade económica de algumas famílias para proporcionar explicações aos miúdos como já está a acontecer,
Tudo isto faz com que me sinta
não "desconfortável", mas nauseado e indignado.
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