A Professora Deolinda andava com umas dúvidas sérias. Ela achava que os seus alunos trabalhavam melhor e sentiam-se também melhor quando, por períodos grandes, falavam nas aulas. Tinha lido umas coisas sobre estas matérias, organizava debates e muitos trabalhos realizados em grupo e com grandes discussões entre os alunos. Esta ideia não ia muito ao encontro da sua experiência de pequena e de muita da formação que lhe deram.
Por outro lado, parte significativa dos seus colegas criticavam porque, diziam, fomentava maus hábitos nos alunos e levava a que os alunos deles lhes levantassem problemas porque queriam falar. Além disso, na comunicação social, apareciam uns opinadores a afirmar que, na escola, o trabalho dos meninos é ouvir o professor e estudar. É assim que se aprende, dizem essas pessoas. Tudo isto causava na Professora Deolinda dúvidas sobre o que estava fazer.
Um dia, na biblioteca, encontrou o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, e, em jeito de desabafo, comentou as sua inquietações e a dificuldade em explicar a ideia que acreditava ser certa. O Professor Velho riu-se e falou daquele jeito dele, baixinho e sempre com um sorriso.
Deolinda, que ouvimos nós da maioria dos pais quando percebem os seus filhos muito tempo quietos e calados?
Ora Velho não brinques. Os pais costumam dizer que, ou estão doentes, ou estão a fazer asneira, ou já fizeram asneira.
Pergunta aos teus colegas se querem os alunos doentes ou a fazer asneira.
Lembras-te de cada coisa. Mas é mesmo, eles precisam de falar para se entenderem e nos entenderem.
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