quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

TU FUMAS JOANA? - Outro diálogo improvável

Joana, preciso se te fazer uma pergunta que é assim um bocado aborrecida.
Diz Pai.
Tu fumas?
Eu fumar? Não Pai, é claro que não fumo. Porque é que perguntas?
A tua mãe há uns dias atrás achou que ao pé de ti se notava o cheiro de tabaco e temos vindo a achar que sim. Tu só tens 14 anos.
Mas andam a cheirar-me e às minhas coisas?
Não comeces Joana, só estou a dizer que achamos que se sente o cheiro a tabaco quando, por exemplo, te damos um beijo.
Não Pai, não fumo.
Mas a tua mãe disse-me que no teu blusão estava um maço de cigarros.
O quê? A mãe foi mexer nos meus bolsos? Achas bem? Nunca pensei que me fizessem isso.
Joana, quando os pais começam a ficar preocupados com algum problema podem, com boa intenção, fazer coisas que não parecem muito bem mas fazem porque querem ajudar a que os filhos não façam algo que possa não ser bom para eles.
Mesmo assim Pai, acho uma desconfiança. O maço de cigarros é do Mário, da minha turma, ele fuma e pede-me para lhe guardar os cigarros para os pais não os descobrirem. Eu não fumo.
Bom Joana, se me dizes que não fumas, eu acredito e vou dizer isso mesmo à mãe. Ela vai ficar contente. Vês como a falar é que nós devemos tratar as nossas preocupações.
Pois é Pai. É isso mesmo. Só que a gente fala pouco.

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