segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

NOVO SEGREDO DIPLOMÁTICO

O Atenta Inquietude após um exaustivo esforço para escrutinar informação verdadeiramente relevante para nós portugueses na massa de documentos disponibilizada pela Wikileaks, encontrou um telegrama subscrito por todos os embaixadores acreditados em Lisboa, resultante de uma reunião clandestina e que foi enviado às respectivas capitais.

"A situação em Portugal continua confusa e de difícil entendimento.
Os portugueses têm um país lindíssimo e conseguem estragá-lo com empreendimentos horrorosos e com modelos de desenvolvimento incompreensíveis.
Não conseguimos perceber como tendo um país tão bonito, tão variado e com uma dimensão simpática, passam o tempo livre dentro de centros comerciais.
Continua difícil entender boa parte do quadro legal que apenas parece ter natureza indicativa e não imperativa. Assim, cada pessoa ou entidade interpreta a lei da forma que lhe parece servir melhor os seus interesses e, naturalmente, quanto maiores são os interesses, maior a "facilidade" na interpretação da lei.
O cenário político em Portugal parece estar organizado para proporcionar o poder alternado aos maiores partidos e os portugueses estão progressivamente a desconfiar e a afastar-se da classe política que se entretém em disputas verbais inúteis a que chamam, curiosamente, discursos de estado.
Sendo um país que precisa de desenvolvimento não se compreende muito bem como deixam partir para os nossos países muitos dos portugueses mais qualificados porque não lhes proporcionam condições de fixação minimamente atractivas.
Como povo, continuam muito simpáticos, a receber bem, sempre prontos para uns dedos de conversa, sobretudo ao telemóvel e acham, uma boa parte, que o ideal de vida seria um subsídio do estado para dispensar o trabalho. Mantêm a reafirmada capacidade de achar que o que vem dos nossos países é sempre melhor do que o que aqui existe pelo que não investem e valorizam o que de muito bom têm e fazem.
De uma forma geral, o estado, as famílias e as pessoas gastam acima do que podem pelo que se carregam de dívidas levando ao desenvolvimento de uma actividade curiosa, a ginástica orçamental.
Neste contexto solicita-se orientação política sobre procedimentos a adoptar. Parece, no entanto, que não devem ser pressionados para mudar muito porque correm o risco de perder a graça e ficar como nós."

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