quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

APESAR DO MINISTÉRIO

Peço desculpa. Os resultados ontem divulgados no âmbito do Programme for International Student Assessment e que como disse ontem devem ser sublinhados devem-se, como não pode deixar de ser, ao trabalho de professores, alunos, famílias e funcionários. Conseguiram-se apesar do Ministério.
O Primeiro-ministro ontem com a poeira ainda no ar falava disso mesmo, felicitava e registava o trabalho dos professores, claro, afagar o ego profissional de uma classe com o peso social como a dos professores pode dar dividendos. Hoje, poeira assente, voltamos à política, pequenina como é hábito. O Primeiro-ministro hoje já atribui os bons resultados das políticas e evidencia as aulas de substituição, a escola a tempo inteiro, estudo acompanhado e ensino profissional.
Só que temos um pormenor, o estudo do PISA, como o Público chamou a atenção durante a entrevista, incide sobre os alunos de 15 anos que na sua maioria estão fora do impacto das medidas sublinhadas pelo Eng. Sócrates e, curiosamente, a actual Ministra da Educação no seu discurso materno-voluntarista já anunciou que as mudanças curriculares irão abranger o Estudo Acompanhado num reconhecimento implícito da sua ineficácia pese a existência de algumas boas práticas. No que respeita às aulas de substituição e também apesar de algumas boas práticas, da forma que genericamente funcionam, é reconhecido, é de um enorme atrevimento considerar que estão na base do progresso dos alunos de 15 anos.
Como é óbvio, este discurso oportunista assumindo louros onde claramente não existem, não se estranha. É parte do problema.

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