Como há algum tempo foi notícia, em Portugal regista-se uma das mais altas taxas de prevalência de problemas de saúde mental, designadamente, as que envolvem perturbações da ansiedade. O Público de hoje trata a questão da eventual repercussão da crise e das dificuldades que atravessamos na nossa saúde mental. Alguns especialistas registam a possibilidade de aumento de volume dos problemas e se preveja que durante o próximo ano a situação se agudize. Um outro efeito possível é que nos casos em que se torne necessário acompanhamento mais prolongado este não se verifique por dificuldades económicas.
No mesmo sentido o DN apresenta uma peça em que se evidencia o aumento exponencial de casos de negligência com menores provavelmente devido a dificuldades económicas das famílias. A título de exemplo, o Tribunal de Menores de Lisboa registou um aumento de 45.2% e o do Barreiro de 103% face aos números de 2009 e o ano ainda não acabou. Em Sintra os dados das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens registam um aumento da mesma natureza.
Como é evidente, estes dados devem ser analisados com alguma prudência, designadamente no que se refere ao estabelecimento de uma relação de causa - efeito entre algo de complexo como é a crise e os comportamentos das pessoas ou, no casos dos miúdos, os comportamentos de negligência no seio familiar.
No entanto, como muitas vezes aqui tenho referido, existe potencialmente um outro lado dos efeitos das dificuldades, porventura menos tangível e objectivável, mas de custos sociais enormes.
A falta de saúde mental e o cuidar pior dos miúdos podem ser apenas dois desses efeitos.
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