Ao que se lê no DN, no seu
relatório de vigilância (sublinho o termo) sobre o período pós-troika, a
Comissão Europeia avisa, exige, que o aumento de professores que se tem vindo a
registar “de forma consistente” desde 2015 “tem de contribuir efectivamente
para melhorar os resultados da educação, estou a citar pois não consegui
localizar o texto da Comissão.
Quanto ao “aumento” do número de
professores que se tem verificado vale a pena ser um pouco mais rigoroso e
verificar se é exactamente essa a situação. Voltaremos a isto.
Por agora uma pequena nota sobre a
“exigência” dos burocratas, mais professores, melhores resultados, que acredito
soar bem a muito boa gente, basta atentar na caixa de comentários da imprensa
online e em alguns discursos produzidos quando se fala nestas matérias.
Se estudassem um pouco mais
saberiam que os estudos sobre qualidade na educação mostram há muito tempo que os modelos
input-output, ou seja e por exemplo, injectar mais dinheiro ou mais recursos não garante só por si a qualidade.
A melhoria de resultados, a qualidade
da educação depende, evidentemente de recursos e investimentos mas também e de
forma bem consolidada na investigação de políticas educativas que em termos
genéricos e em termos mais particulares optimizem currículos, sistema de
organização, formação, tipologia e efectivo de escolas e turmas, autonomia das
escolas que sustentem a promoção de práticas e trajectos educativos diferenciados,
etc.
No entanto e como sempre, é bem
mais fácil definir os professores como responsáveis exclusivos pelos resultados
dos alunos.
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