Este tempo não é deste tempo. A secura
e o calor estão fora de época, cansam e, sobretudo, não se reinicia um novo
ciclo. A terra dura, gretada, seca, despida, do Alentejo não pode ser fabricada
e a água tarda, as barragens estão em baixo.
Ainda hoje na vila alguém comentava
que todos os dias abre a janela com a esperança de ver a chuva que teima em não vir.
Cada vez mais frequentemente as pessoas
ficam surpreendidas quando comentam qualquer coisa como “Que bom, está mais um dia bonito, cheio de
Sol!” e eu respondo “Não, mais um dia sem chuva, a coisa está a correr mal”.
Sem grande convicção lá entendem o meu ponto de vista apesar de estranharem que
é produzido por um tipo que utiliza mota diariamente. No entanto, acho que
continuam mesmo satisfeitas com mais um excelente dia.
Diariamente vou ouvindo gente da
rádio que rejubila e comenta com agrado as óptimas temperaturas e os dias de Sol que vamos vivendo.
Esta gente acha que o que come se cria como? Esta gente acha que a água que bebe
nasce no depósito municipal?
Não, definitivamente, vai um tempo
malino aqui pelo Alentejo. E não só.
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