domingo, 30 de agosto de 2015

A AJUDA DOS AVÓS

Um dos efeitos das “políticas de família” realizadas nos últimos tempos será o que podemos chamar “reaproximação geracional”. De facto, em muitas famílias o convívio entre gerações aumentou extraordinariamente, aliás, em muitos casos, já existem três gerações a coabitar.
A crise profunda no emprego, com milhares e milhares de desempregados, tem levado a que pais e sogros sejam para muitas famílias autênticos “anjos da guarda”.
Apesar das suas próprias dificuldades e cortes nos rendimentos de pensões e reformas, os avós têm sido um porto de abrigo dando apoio económico, ajudando na alimentação, na disponibilização de habitação e na guarda dos netos minimizando o recurso às respostas institucionais. Percebe-se, assim, melhor o alcance das "políticas de família"
Recordo que um estudo recente, “A prestação de cuidados pelos avós na Europa”, em que se analisam as políticas familiares e a sua influência no papel dos avós na prestação de cuidados às crianças envolvendo a Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Suíça, Portugal, Espanha Itália e Roménia, conclui que as mães portuguesas com filhos até aos seis anos são as quem mais trabalham a tempo inteiro, sendo também Portugal um dos países estudados em que os avós mais cuidam dos netos.
Curiosamente, no âmbito das mesmas “políticas de família” os mais velhos, a “peste grisalha” como indecorosamente lhes chamaram acabam, também apontados com “consumidores excessivos de recursos” acabam por ser, ironicamente, o grande suporte de muitas famílias cuja situação sem esta ajuda seria ainda mais devastadora.

2 comentários:

inconfessável disse...

Mesmo sem emigrarem, os pais (avós) estão longe, às vezes um longe que é quase perto mas que não dá para ajudar a não ser nas férias e já não é nada mau.

Zé Morgado disse...

Outras vezes estão perto ... mas longe