"Fundos "abutre" interessados na dívida do Banco Espírito Santo"
É assim o voo dos abutres.
Pairam, sempre no alto, sempre lá por cima, mal se vêem. Apenas descem para se
alimentar à custa dos mais vulneráveis, dos mais frágeis.
E são recompensados. Quase
sempre.
Pelos seus tratadores.
É esta a vida na selva em que
transformaram e transformámos a nossa vida, o despudorado aproveitamento da
miséria e das dificuldades alheias, seja de uma pessoa, de uma família, de uma
empresa ou, finalmente, de um país. É apenas uma questão de escala, de juros e
de oportunidade.
Os abutres com a sua reconhecida
capacidade de detecção dos mais frágeis e vulneráveis estão atentos, não
dormem, vivem sem alma, sem afecto, sem ética, sem escrúpulos de qualquer
espécie. Ao mínimo sinal de fraqueza avançam e esmagam, são
empreendedores, atentos às oportunidades e, às vezes, até dizem que estão
a "ajudar", a apoiar programas de "assistência".
A vida da gente, de muita
gente, é um inferno. Manter-se vivo e proteger a dignidade até ao limite
da resistência é o dia a dia da vida na selva.
Decididamente, o mundo anda mesmo
feio, com gente muito feia. E não se pode exterminá-los.
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